quarta-feira, 4 de maio de 2011
PAI LOGUN-EDÉ
História
Lògún-Òdé é o Orixá originado do encanto, ou encantamento de Òsòósi e Òsún. Divindade dos rios, senhor da pesca. Lògún-Òdé vive seis meses com o pai, Òsòósi, na caça e seis meses com a mãe, Òsún, na água doce. Ambos ensinariam a Lògún-Òdé a natureza dos seus domínios.
Lògún-Òdé não é um Orixá “metá-metá”, ou seja, um Orixá de dois sexos, embora divida o tempo com os pais, Lògún-Òdé é um Orixá masculino. Ele é a beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. O seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, no primeiro carinho. Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores e numa paisagem singela. É também o deus da arte, o príncipe do que é belo, das águas doces, da caça, da alegria.
Lògún-Òdé está encantado nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho-da-índia e os pequenos pássaros, no mato baixo, nas matas pouco densas e principalmente nos rios, sua morada predileta. Está ligado às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar; como o seu pai Òsòósi e ligado ao banho, pois também é filho de Òsún, deusas das águas doces.
Lògún-Òdé é a magia, o encanto, o AMOR. É o nosso coração batendo acelerado ao ver a pessoa amada, é o primeiro amor, é a vontade de chorar, de ir embora, de ficar.
Tudo aquilo que é belo, puro, singelo é Lògún-Òdé. Ele está presente nas escolas, nas faculdades, locais onde se reúnem os jovens. Rege o sorriso, o riso, a gargalhada, a alegria, a vontade de viver. Quando vemos um grupo de jovens namorando, rindo, cantando, vemos a força de Lògún-Òdé. Ele é a vontade de viver, a necessidade de amar, a declaração de amor. É lutar pelo amor, o próprio AMOR. Suas cores principais são: dourado e turquesa, porem amarelo,azul-claro, verde e branco também são suas cores.
Carrega na cabeça chapéu adornado com plumas, no pescoço colares de miçangas e na mão um ofá de metal dourado (espécie de flecha), uma erukeré e um abebé (espelho).
Lògún-Òdé, chamado geralmente apenas de Lògún ou Lògún-Èdé, é o ponto de encontro entre os rios e florestas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelas florestas.
Lògún-Òdé representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suas características. É filho de Òsòósi Ìnlé com Òsún Yeye Ìyeòpondá, dos quais herdou as características. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina. É considerado o príncipe dos orixás, tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes.
Dizem os mitos que sendo Òsòósi e Òsún extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, pois competiam pelo prestigio e admiração das pessoas e terminaram separando-se.
Ele seria poderoso e rico, além de belo. É um orixá cultuado na região de Ijexá, na Nigéria. Ilesa é o nome de sua cidade e, na África, é uma das cidades mais prósperas, pois lá se encontra o palácio de Lògún-Òdé.
Possui o conhecimento dos elementos da natureza, onde reinam seus pais, como florestas, matas, rios, cachoeiras, etc. Seu próprio domínio está situado nas margens de rios, córregos e cursos d’água em geral, desde que tenham vegetação, ou seja, o encontro dos dois reinados.
Lògún-Òdé, menino pescador é um orixá soberano e não passa por transformações sexuais. Isso acontece, com freqüência, aqui na Terra, com os seres humanos. Os orixás estão anos-luz adiante dessas questões. Na verdade, esse orixá tem livre acesso aos dois reinados, adquirindo o conhecimento de ambos. Consegue se adaptar, com facilidade, aos mais diversos ambientes, agindo e comportando-se de diferentes formas, dependendo da situação.
Além disso, ele herdou muito das características de seus pais, como a habilidade de caçar e conseguir fortuna, o encanto e a beleza, bem como um grande conhecimento de feitiçaria, como sua mãe. Além desses atributos, também é responsável pela fertilização das terras, por meio da irrigação, contribuindo, assim, com a agricultura.
Esse orixá possui muita riqueza e sabedoria, não admitindo a imperfeição em suas oferendas e rituais. Tem aparência doce e calma, mas, quando contrariado, torna-se muito enfurecido.
Outra característica de Lògún-Òdé é a de se importar com o sofrimento dos outros, distribuindo riquezas e caças para os que não têm.
Arquétipo dos Filhos de Lògún-Òdé
São pessoas de extremo charme e carisma, possuindo muitos amigos e admiradores. Sentem imensa compaixão pelas pessoas que sofrem, sempre tentando ajudá-las. A sinceridade é a sua maior virtude, porém irrita-se com muita facilidade. Basta ser contrariado e sua fúria aparece, muitas vezes perdendo o controle de suas ações, custando muito se acalmar. São perfeccionistas, querendo tudo ao seu modo. Não admitem erros de outras pessoas.
Agem por impulso, aproveitando ao máximo tudo o que a vida lhe oferece. São muito curiosos e espertos. Geralmente, quando crianças, adoram desmontar seus brinquedos para ver como são feitos. Na fase adulta, têm o dom de captar o íntimo das pessoas.
Os filhos de Lògún-Òdé têm muito interesse em aprender e viver novas experiências. Assim como o orixá, adaptam-se a todo tipo de ambiente e sabem como agir em cada situação. Têm umas características curiosas, que é a de estar sempre machucando as extremidades das mãos, pés e cabeça.
Desembaraçado, move-se com graça, elegância e refinamento. Tem muita sorte na vida; seus amigos em geral são pessoas da alta sociedade, com quem ele convive com muita dignidade. Ciumento e sedutor chama a atenção de qualquer um. Super-imaginativo destaca-se nas artes em geral, como música, teatro e dança. É admirado por sua suavidade, inteligência e sensibilidade.
Está sempre elogiando as pessoas e cercado de bons amigos. É alguém que realmente sabe viver e aproveitar a vida, também disposto a deixar que os outros vivam.
Extremamente exótico, é um verdadeiro camaleão; muda de personalidade como quem muda de roupa. Está sempre de bom astral, otimismo é a sua palavra chave. Possui vontade firme e autoconfiança quase narcisista.
Persegue seus objetivos com precisão, nem sempre de maneira discreta. Não escolhe as amizades, pelo contrário, é sempre assediado por pessoas que querem e gostam de estar com ele.
Embora possa assumir exteriormente um ar de indiferença às opiniões dos outros, na verdade se sente abalado quando criticado. É terno com seus entes, mas poderá ser impiedoso com estranhos. Apreciará o conforto material e colocará seus desejos em primeiro lugar. Ambicioso, sempre alcança seus objetivos.
Tem certa facilidade em aprender qualquer coisa e tendência a falar mais de um idioma. Ser incomodado é algo que o aborrece, pois é uma pessoa atenciosa, modesta, cortês e gosta que os outros sejam assim também. Detesta que conversem em tom alto ou digam grosserias. Sempre se esforçará para ser delicado, mesmo com o seu pior inimigo.
Bom vivant, amigo da noite e da música, sabe se expressar quando dança.
Excêntrico, é apreciado pelas mulheres e atrai os homens, com quem flerta sem nenhum constrangimento.
TIPO FÍSICO
Estatura: mediana/alta
Rosto: oval
Traços: harmoniosos, cabeça bem feita proporcional ao corpo,
possuem olhos de gato, que atraem e repelem ao mesmo tempo, nariz bem feito, bons dentes, voz agradável, tendência a engordar.
DADOS PESSOAIS SOBRE O ORIXÁ
Nome: Lògún-Òdé
Filiação: Òsòósí e Òsún
Òdú: Obará e Osé
Dia da semana: quinta-feira e sábado
Data: 19 de abril
Cor: Amarelo Ouro e Azul Turquesa
Folhas: Oripepê, wobomuú e todas as folhas de Òsòósí e Òsún
Flores: lírios, rosas amarelas, palma, girassol e todas as flores miudinhas
Frutas: melão, maçã, banana, pêra, uva, ameixa.
Símbolo: o ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun - cuja tradução é “O Senhor escuta minha voz”), o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta), e abebé ( espelho )
Domínio: mata e cachoeiras, beira de rio
Àsé: o mesmo que Òsòósi e Òsún
Oferenda: Òmólòkún (feijão fradinho e ovos cozidos), àsósó (milho cozido com coco)
Sincretismo: São Miguel Arcanjo
Partes do corpo: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão, todo o rosto, o baixo ventre, o baço, às vezes o coração; patrono do ventre, da terceira visão e da circulação sangüínea (os rios).
Saudação: loci-loci Lògún - Ìrú Àwó
Mineral: coral e ouro
Toques: todos os toques de Òsòósi e Òsún e LuaLaba (barra-vento)
Elemento: terra e água
Atividade: Caça e Pesca
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