domingo, 29 de maio de 2011
OTÁ OKUTÁ ou ITÁ
No candomblé e em outras religiões afro-brasileiras afins, é uma pedra.
mas com função especialíssima nos rituais. É o receptáculo natural para a força energética dos orixás, uma espécie de pára-raios com a capacidade de atrair e, sendo submetido a diversos rituais, armazenar parte dessa energia. É o elemento principal do "assentamento" de um orixá em um terreiro ou em uma fonte natural de energia.
Podendo ser (seixo de rio), ou de outra parte da natureza, sobre a qual o axé (a "força sagrada") de um orixá é fixado por meio de ritos consagratórios, que constitui seu símbolo principal, encontrado em todos igba orixá.
Guardam-se o otá no peji "altar sagrado" da casa de candomblé, geralmente dentro de vasilha tampada ou em um alguidá , por vezes vestida com os trajes cerimoniais do orixá, mergulhadas em mel, azeite doce, Ori (manteiga), dendê, junto com outros fetiches. Também é chamada de itá e otá-do-santo. Um termo muito comum na casa de santo diz que sem pedra "ota" não há orixá, (Kosi Okuta kosi orixá).
Nota: A escolha de um Okuta (otá) para igba orixá depende muito do conhecimento de um sacerdote, devendo ser selecionada por um babalorixá ou iyalorixá e consagrada imediatamente por um Ojugbó
As pedras que podem ser transformadas pelos sacerdotes em otás não são escolhidas aleatoriamente. Cada orixá tem seu otá específico: a pedra deverá vir de um rio, na forma de um seixo submerso na corrente, se for servir de assentamento para uma Oxum ou para uma Obá; deverá vir do mar se for servir para assentamento de Yemanjá; da mata se for empregada num assentamento de Oxóssi; de minério de ferro se for empregada para assentar um Ogum; um pedaço de mármore ou qualquer outra substância tão resistente quanto ele, e também branca, para assentamento de Oxalá, etc. Se a pedra deve ser lisa ou rugosa, se precisa ser retirada de dentro da terra sem nunca ter tido contato com o oxigênio livre ou se deve ter estado obrigatoriamente à exposição do vento, tudo isso vai depender também das exigências próprias de cada orixá.
Os otás ficam no peji do terreiro, dentro de vasilha especial, de louça ou barro, eternamente mergulhada em substâncias líquidas que variam de orixá para orixá: pode ser mel, azeite doce ou azeite de dendê, etcf. Junto às pedras, ficam outros "receptáculos" de axé, miniaturas de símbolos dos orixás (usados na dança em tamanho maior), como espadas, cobras, o ibiri, os espelhos, etc. Em frente a essa vasilha são oferecidas as "comidas de santo" nos ossés semanais ou quando um filho de santo do terreiro faz uma oferenda. Depois de um tempo, que varia conforme a ocasião, o alguidar com a comida de santo é retirado do peji e levado pelo sacerdote e pelo filho de santo para o local da natureza onde a comida será definitivamente entregue.
*NOTA-DICIONÁRIO DO CANDOMBLÉ
*ASSENTAMENTO - Processo ritualístico pelo qual se liga a um corpo material o axé, a força mística de uma energial imaterial. Por redução, o termo é utilizado para designar o objeto (pedra, árvore, símbolo de metal) que representa o orixá, depois de um ritual (secreto) faz com que as energias místicas sejam concentradas no objeto. O fetiche mais comum para esse efeito é o otá, uma pequena pedra que fica no peji, guardada em vasilhas tampadas (ou não), mergulhadas em sustâncias ou líquidos, dependendo de cada orixá. Por extensão, o termo também pode se referir ao processo de iniciação de um filho de santo, eventualmente se usado assentamento de santo para designar o momento em que a força mística do orixá é fixada na cabeça (ori) de um iawò.
*PEJI - Espécie de altar presente no roncó dos terreiros de candomblé, onde ficam os símbolos, otás e assentamentos de boa parte dos orixás cultuados na casa. Os iawòs só podem entrar quando forem devidamente autorizados, ou, então, quando acompanhados pelo babalorixá. É na frente do peji que ficam as comidas de santo, desde o momento em que são oferecidas ao orixá até a ocasião de serem despachadas nos pontos da natureza correspondentes a cada divindade-vibração. Segundo Olga Cacciatore, "antigamente era uma espécie de mesa coberta, onde ficavam, visíveis, as imagens dos santos católicos, para disfarce ante as perseguições policiais, e, na parte de baixo, escondidos, os otás, vasilhas, etc." Na umbanda, o peji fica na sala grande do terreiro (abassá).
Antigamente era assim!
Os antigos, Bàbálòrìsàs e Yálòrìsàs; que foram realmente iniciados de acordo com os ritos tradicionais, costumam a dizer e afirmar que um dos segredos (erós) é possuir o conhecimento (fundamento) de cada pedra.
Como diziam os Velhos “Feitores”:
Entre muitos, segredos, não se pode revelar, à qualquer iniciante!
Para o mesmo, obter era necessário já ter feito as “Obrigações de base”, ou seja, ter uma “Feitura” de um Ó-Obórí completo e, possuir um estágio de conhecimento elevado.
Já adquirido certos conhecimentos de cozinha africana, o domínio do local de predominância de cada Òrìsà;
o saber, despachar os ekòs, ebós e bossum ou bózo (feitiço).
Durante o tempo de iniciação, os Feitores, iam observando seu (s) discípulo (s), como por exemplo:
A sua “fé” e dedicação ao ritual, ora ensinado;
o interesse em aprender;
a dedicação e obediência aos Òrìsàs e a seu “Mestre”.
Após isto!
Então chegava à hora de consultar aos Òrìsàs, para saber se a pessoa já estava apta em conhecer o segredo da pedra e neste, momento, se interrogava aos Òrìsàs, se a pessoa tinha para dar a continuidade no Culto aos Òrìsàs, caso contrário, senão, ficava só na “Obrigação inicial”e que, já tinha, ficando pela vida inteira.
Após a consulta aos Òrìsàs, e o iniciante, recebendo uma resposta positiva e já obtendo os requisitos necessários, então, já estava apto à receber as primeiras lições.
Como por exemplo:
O que é um “iòkutá ou òkutá”?
É qualquer pedra com ou sem vida.
O que é “Otá ou Etá”?
É o “òkutá” escolhido entre muitos, no leito ou margens de um rio.
E em outros lugares, para Òrìsàs adverso a água.
O iniciante, deve sempre, estar acompanhado de seu “Feitor (a)” no recolhimento dos òkutás e para obter o aprendizado.
Para mais tarde, o Feitor (a) escolher, os mesmos, e consultar aos Òrìsàs, através dos “búzios”, para saber qual o òkutá à ser assentado ao Òrìsà do iniciante.
Após a aprovação dos òkutás e também, após a sua consagração passará a ser chamado de “Otá”em algumas “linhagens”, em outras de “Etá”.
Devo alertar, que o iniciante, é que têm que achar, encontrar os seus òkutás, principalmente, o òkutá correspondente ao seu Òrìsà de cabeça (Olórí), bem como, para os demais em sua “Obrigação”.
No futuro, você irá se orgulhar, de tal ato, e do ensinamento que recebeu de seu Feito(a).
Com certeza, “otá”, é um dos principais, elemento da idolatria natural do “negro”, desde os monólitos, megalíticos até a simples pedra rolada da margens dos rios.
O òkutá para corresponder ao Òrìsà, depende ora da cor, ora do local em que foi encontrada, ora da configuração ou forma espontânea.
É muito importante, com relação ao òkutá que não apresente arestas, cortes, fraturas ou ação da mão do homem depois de achado.
Não há rocha, mineral sedimentário, ígneo ou vulcânico que não tenha sido aproveitado nas múltiplas manifestações do rito e do culto.
Nem todos Òrìsàs, utiliza-se em seu assentamento òkutás, devemos observar a origem, passagem e o domínio de cada Òrìsà e a ”Linhagem” de origem que a pessoa pertence.
Mas, têm um segredo (eró) que diz:
Tudo que vêm da “natureza” têm que voltar à “natureza”, ou seja, seu ponto de origem e domínio;
o que for de “mato para o mato”;
“d’água doce para água doce”;
“do morro para o morro”;
“do campo para o campo”;
“do mar para o mar”.
Exemplos:
Os “Itekés = Òrìsàs em vultos, esculpidos em na madeira, como por exemplo:
“Odé-Òtin”;
Òsónyìn (Ossãe);
Ibeijes.
E outros que são representados em pedra ferro e, também em ferros esculpidos, sem ir ao fogo;
outros são representados por conchas e caramujos do mar.
Observação:
Quem sabe fazer, têm que saber desfazer uma “Obrigação”.
É no ritual fúnebre (asesé; ìjeje e para outros aressum) e nesta “Obrigação”, que se realiza o “aprontar de uma Obrigação e da pessoa”, porque deixou de existir.
O que é da “natureza”volta para a “natureza”, só ficando os conhecimentos da pessoa, a qual pertencia a Obrigação;
dependendo de seus conhecimentos e ensinamentos aos seus discípulos, ficará imortal ou simplesmente, mortal.
“O homem vêm e colhe o que semeou, segundo a quantidade que a vida passada plantou, de trigo ou joio, será sua medida”.
“Se trabalha arrancando as ervas más, a terra será fértil, limpa, bela e opulenta a colheita”.
“CULTO DE CONGO” - Somente para elucidar.
Nos demais Cultos, Nagò, usa-se o assentamento de “Otás” consagrados aos Òrìsàs.
Já no “Culto de Congo”, otá denomina-se “Abiteké, Batekétés”, são bonecos feitos de argila e ijé, e com suas indumentárias dentro do Culto.
A onde, no meu entender, é neste Culto que se realiza o verdadeiro assentamento para Exu.
PEDRA DE SEVÁ
Pertencente ao Òrìsà Ògún.
É indispensável em seu assentamento.
Este fundamento é muito realizado na Linhagem (Nação) de Oyó, principalmente, no interior do Estado (RS.), zona Sul.
É um pedra de grande valor magnético, que se alimenta de limalhas de aço e ouro, dando cria e quando isto acontece, com certeza, existe prosperidade.
É também chamada por muitos de pedra-ímã, porque a mesma aderem as limalhas, mas existe diferença de uma para a outra.
A pedra de Sevá, é muito pesada, recoberta de um limo arrepiado, é raríssima, devendo aquém possuir cuida-la bem, sob pena de desgostos e decepções.
Aquém conhece os preceitos e seu assentamento como Obrigação, sobre seu alto valor magnético e monetário de uma Casa de Religião, que tenha a Pedra de Sevá.
Observação:
Hoje, existe na floras, imitações e muitas delas são aços ou pedra-ímã.
Digo: A verdadeira Pedra de Sevá, é muito rara e difícil de consegui-la.
Salve Papai Ogum e salve a Coroa de todos Vocês!!!
POSTADO POR BELLA ZINGARA ÀS 16:08HS DE 16 SETEMBRO
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