domingo, 29 de maio de 2011

ANIMISMO e MEDIUNIDADE



O termo Animismo foi criado pelo antropólogo
inglês Sir Edward B. Tylor, em 1871,
na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva).

Pelo termo Animismo, Tylor designou a manifestação religiosa imanente a todos os elementos do Cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital e pessoal, chamado de ânima, o qual apresenta significados variados:
cosmocêntrica significa energia;
antropocêntrica significa espírito;
teocêntrica significa alma;
Consequentemente, todos esses elementos são passíveis de possuirem: sentimentos, emoções, vontades ou desejos e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que:
"Todas as coisas são vivas",
"Todas as coisas são conscientes",
ou "Todas as coisas têm ânima".

O Animismo possui três simples regras:
Tudo no Cosmo tem ânima;
Todo o ânima é transferível;
Tudo ou todo que transfere ânima não perde a totalidade de seu ânima, mas quem ou que o recebe perde parte ou a totalidade de seu ânima, o qual será tomado pelo ânima doador.
A partir da década de 1950, o termo deixa de ser utilizado pela Antropologia por ser considerado muito genérico, uma vez que se aceita que elementos animistas estão presentes em quase todas as religiões.
Atualmente, discute-se quais foram historicamente os primeiros cultos que deram origem a todas as religiões e a todos os deuses. Alguns historiadores e cientistas defendem a tese de que foram os mitos politeístas, enquanto outros afirmam que foram os cultos animistas.

Alinhando apontamentos sobre a mediunidade, não será lícito esquecer algumas considerações em torno do animismo ou conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação.
Temos aqui muitas ocorrências que podem repontar nos fenômenos_mediúnicos_de_efeitos_físicos ou de efeitos_intelectuais, com a própria Inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com diligência, numa demonstração que o corpo_espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do carro físico.
A verificação de semelhantes acontecimentos criou entre os opositores da Doutrina_Espírita as teorias de negação, porquanto, admitida a possibilidade de o próprio Espírito encarnado poder atuar fora do traje_fisiológico, apressaram-se os cépticos inveterados a afirmar que todos os sucessos medianímicos se reduzem à influência de uma força nervosa que efetua, fora do corpo carnal, determinadas ações mecânicas e plásticas, configurando, ainda, alucinações de variada espécie.
Todavia, os estardalhaços e pavores levantados por esses argumentos indébitos, arredando para longe o otimismo e a esperança de tantas criaturas que começam confiantemente a iniciação nos serviços da mediunidade, não apresentam qualquer significado substancial, porque é forçoso ponderar que os Espíritos desencarnados e encarnados não se filiam a raças antagônicas que se devam reencontrar em condições miraculosas.

O título acima epigrafado trata de duas palavras que confundem os menos esclarecidos, em termos de doutrina espírita, e, principalmente, aqueles que se dão ao hábito de praticar a mediunidade, sem ter estudado o bastante, para exercer tamanha responsabilidade e se dar ao mister de dialogar com os espíritos desencarnados e deles receberem ensinamentos, como também praticar a psicografia, e outras atribuições que a prática mediúnica lhes proporcionam. É uma responsabilidade muito grande e para os que agem assim, se faz necessários que estudem com bastante relevância o Livro dos Médiuns, para como se diz no dito popular: “Ficar no mato sem cachorro”.
A palavra (anímico) deriva do latim
anima,-ae=sopro,
emanação, ar;
daí= Alma como princípio vital, vida.
Espírito que escapa do corpo após o passamento.
Anímico é tudo aquilo que é relativo ao animismo.
E o que seria Animismo? Neologismo para significar que a alma do médium pode comunicar-se com a de qualquer outro, pois, se há certo grau de liberdade, recobra suas qualidades de espírito. Na prática espírita, trata-se de um estado de transe, no qual quem opera, produzindo fenômenos psíquicos e mesmo de efeitos físicos, é o Espírito do próprio encarnado e não um Espírito desencarnado, pois neste caso seria mediunismo e não animismo. Desde que há dissociação psíquica e o espírito de uma pessoa emancipa-se, mesmo que seja parcialmente, ele pode produzir os mesmos fenômenos produzidos pelos espíritos que se comunicam através de médiuns. Os fenômenos espíritas são de duas naturezas: Anímicos e mediúnicos.

Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se toma necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.
Certamente ocorrem manifestações de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito do médium (Alma) sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação de outro espírito, encamado ou desencontrado. Nem isso, porém, constitui motivo para condenação sumária ao médium e, sim, objeto de exame e análise competente e serena, com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu porquê, suas causas e conseqüências.
Suponhamos, por exemplo, que ante determinada manifestação espiritual um certo médium de um grupo, outro médium do mesmo grupo mergulhe, de repente, em um processo espontâneo de regressão_de_memória. Pode ocorrer que ele passe a 'viver', em toda a sua intensidade e realismo, sua própria personalidade de anterior existência. Apresentará, sob tais circunstâncias, todas as características de uma manifestação mediúnica espírita, como se ali estivesse um espírito desencontrado.

A fraude e o automatismo

Entendo, à vista da experiência pessoal em cerca de duas décadas no trato constante com a prática mediúnica, que é possível realizar um bom trabalho saneador nas possíveis interferências, não porém pela condenação sumária e áspera do médium. Se ele for, comprovadamente, um médium fraudador, precisará ser tratado com certa energia.
Nunca, porém, com rudeza ou agressividade.
Está realmente fraudando?
Por quê?
Exibicionismo?
Vaidade?
Desejo de agradar as pessoas?
A despeito de fraudes eventuais ou costumeiras, tem ou não faculdades mediúnicas autênticas? Como ajudá-lo a livrar-se dos seus defeitos e fraquezas, a fim de tornar-se um médium confiável?

Animismo e Obsessão
Muitas vezes, conforme as circunstâncias, qual ocorre no fenômeno_hipnótico isolado, pode cair a mente nos estados anômalos de sentido inferior, dominada por forças retrógradas que a imobilizam, temporariamente, em atitudes estranhas ou indesejáveis.
Nesse aspecto, surpreendemos multiformes processos de obsessão, nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas inabilitadas à defensiva, detendo-as, por tempo indeterminado, em certos tipos de recordação, segundo as dívidas_cármicas a que se acham presas.
Freqüentemente, pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínio constante dos desencarnados que as subjugam.

Animismo e Criminalidade

Os manicômios e as penitenciárias estão repletos de irmãos nossos obsidiados que, alcançando o ponto específico de suas recapitulações do pretérito culposo, à falta de providências reeducativas, nada mais puderam fazer que recair na loucura ou no crime, porque, em verdade, a alienação e a delinqüência, na maioria das vezes, expressam a queda mental do Espírito em reminiscências de lutas pregressas, à semelhança do aluno que, voltando à lição, com recursos deficitários, incorre lamentavelmente nos mesmos erros.
O ressurgimento de certas situações e a volta de marcadas criaturas ao nosso campo de atividade, do ponto de vista da reencarnação, funcionam em nossa vida íntima como reflexos_condicionado, comprovando-nos a capacidade de superação de nossa inferioridade, antigamente positivada.
Se estivermos desarmados de elementos morais suscetíveis de alterar-nos a onda mental para a assimilação de recursos superiores, quase sempre tornamos à mesma perturbação e à mesma crueldade que nos assinalaram as experiências passadas.
Nesse fenômeno reside a maior percentagem das causas de insânia e criminalidade em todos os setores da civilização terrestre, porquanto é ai, nas chamadas predisposições mórbidas, que se rearticulam velhos conflitos, arrasando os melhores propósitos da alma que descure de si mesma.
Convenhamos, pois, que a tarefa espírita é chamada de maneira particular, a contribuir no aperfeiçoamento dos impulsos_mentais, favorecendo a solução de todos os problemas suscitados pelo animismo. Através dela, são eles endereçados à esfera iluminativa da educação e do amor, para que os sensitivos, estagnados nessa classe de acontecimento, sejam devidamente amparados nos desajustes de que se vejam portadores, impedindo-se-lhes o mergulho nas sombras da perturbação e recuperando-se-lhes a atividade para a sementeira da luz.

"É necessário ter em mente que o trabalho mediúnico consiste na busca incessante pela evolução do espírito e para isso a mediunidade nos serve como ferramenta no auxílio psiquico, moral e principalmente espiritual dos irmãos mais necessitados."


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