OSSAIM - OSSANHA
Ossaim é o conhecedor do poder mágico e curativo das folhas, e sem sua ciência nenhum remédio mágico funciona.
Ossaim é cultuado em todos os templos de orixá no Brasil.
Correspondência com os santos católicos: São José, Santo Onofre.
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Ossaim era o nome de um escravo que foi vendido a Orunmilá. Um dia ele foi à floresta e lá conheceu Aroni, que sabia tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossaim e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.
Um dia, Orunmilá, desejoso de fazer uma grande plantação, ordenou a Ossaim que roçasse o mato de suas terras. Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia:
"Esta não pode ser cortada, é a erva que cura as dores".
Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia:
"Esta estanca o sangue, não deve ser cortada."
Em frente de uma planta que curava febre, dizia:
"Esta também não, porque refresca o corpo".
E assim por diante.
Orunmilá que era um babalaô muito procurado por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossaim ficasse junto dele nos momentos de uma consulta.
E assim Ossaim ajudava Orunmilá a receitar e acabou sendo conhecido como o grande médico que é.
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Ossaim é filho de Nanã e irmão de Oxumarê, Euá e Obaluaê, era o senhor das folhas, da ciência, das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os orixás recorriam a Ossaim para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossaim na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossaim oferecer sacrifícios. Em troca Ossaim lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.
Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os orixás deveriam compartilhar o poder de Ossaim, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossaim dividisse suas folhas com os outros orixás.
Xangô sentenciou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossaim para que fossem distribuídas aos orixás. Iansã fez aquilo que Xangô determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô.
Ossaim percebeu o que estava acontecendo e gritou:
"Euê uassá!".
"As folhas funcionam!".
Ossaim ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossaim. Quase todas as folhas retornaram a Ossaim. As que estavam em poder de xangô perderam o axé, perderam o poder de cura.
O orixá-rei, que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossaim.Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossaim e que assim devia permanecer através dos séculos.
Ossaim, contudo, deu uma folha para cada orixá, deu uma euê para cada um deles.
cada folha com seus axés e seus afós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Ossaim distribuiu as folhas aos orixás para que eles não mais o invejassem.
Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si.
Ossaim não conta seus segredos para ninguém, Ossaim nem mesmo fala.
Fala por ele seu criado Aroni.
Os orixás ficaram gratos a Ossaim e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
(Prandi, Reginaldo. In Mitologia dos Orixás).
OSSAIM
“Kosi ewe, kosi orixá”, esse ditado popular do candomblé, que significa: “sem folhas não há orixás”, expressa bem a medida da importância das plantas, portadoras do axé, o poder e o princípio vital. Sem elas não haveria a vida. É por isso que Ossaim (ou Ossanha), deus das plantas, é tão venerado. Ossaim rege as plantas medicinais e tudo o que cresce livremente.
As folhas tem o dom de curar, matar, alucinar e acalmar. Produzem a fertilidade, mas também acabam com ela. Vem do reino vegetal as oferendas e os instrumentos dos orixás. E tudo isso depende do reino governado por Ossaim, que como seus filhos, é vegetariano.
Introvertidos e imprevisíveis, pais e filhos são no geral calados, discretos e cheios de mistérios. Muitos se tornam médicos ou cientistas, sob a benção do orixá. São pacientes, tolerantes e amam os animais. Principalmente os pássaros. Adora brilhar e que tudo gire em torno de si, sua palavra-chave é a admiração.
Acima de tudo, porém, Ossaim e seus filhos prezam a liberdade, marca aliás, de todos os deuses das florestas. As pessoas consagradas a Ossaim são gentis e delicadas e possuem quase sempre uma saúde frágil. Na velhice, podem ficar mancos ou aleijados. Ossaim, por sinal, se faz acompanhar sempre por Aroni, anão de um braço, uma perna e um olho, que lembra o saci-pererê ou o Caipora.
Elemento: Terra. Dia: segunda. Cor: verde. Signo: Leão.
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