avenida dos BAOBÁS em Madagascar
Baobá, Mutê, Akapassa'tin
Muito encontrada da África e conhecida como a “árvore da longevidade”, de espesso tronco, o Baobá é muito utilizado na alimentação e na medicina natural.
Os clans otamaris que o denominam de Mutê, Muto ou Mutomu, consideram o aparecimento de um Baobá em seus sítios um sinal de alerta que sugere uma consulta ao oráculo de Fá, pois evidencia-se uma supeita de doença ou de envenenamento de alguém daquela casa, tendo que realizar preceitos rituais.
Estes clans também realizam cerimonias de iniciação de seus jovens sob um Baobá. Dentre os mahis o akapassa'tin é consagrado ao vodun Sakpata.
São encontrados nos conventos de voduns (vodunkpame ou hunkpame) na África muitos outros tipos de árvores que também envolvem ritos de iniciação como a Gardênia (Gardenia erubercens) e o Falso Ébano (Diospyros mespiliformis), no Brasil muitas outras espécies de atin foram relacionadas a cultura dos voduns pelo fato da flora não ser idêntica à da terra-mãe, então tiveram que ser substituidas algumas por outras aqui encontradas com alguma similitude para que houvesse correspondência entre aspecto-vodun ou vegetal-vodun, a Jaqueira ou Apaoká (Artocarpus integrifolia; Artocarpus heteropyllus), muito comum no Estado da Bahia, planta originária da Malásia e trazida pelos portugueses no Brasil colonial, é sem dúvida um exemplo disso aqui, nela se construiu uma relação íntima com o vodun Sakpatá e o com òrisà nagô Omolu.
O baobá personifica o espírito africano. É considerada a árvore da vida, com uma importância única para tribos inteiras. Diante delas, nativos se reuniam porque acreditavam que o espírito do Baobá os ajudaria a tomar decisões importantes. Ela também é considerada uma fonte de fertilidade e a solução medicinal para muitos males. Há uma lenda no Senegal que diz que se um morto for sepultado dentro de um baobá, sua alma irá viver enquanto a planta existir! Lembrando que o baobá vive muito... “Seis mil anos é demais, mas com certeza, mil anos eles vivem. É um dos seres vivos mais velhos do mundo junto com a Sequóia (conífera originária da Califórnia-EUA, que chega a medir 12 metros de diâmetro, 150 metros de altura e viver mais de quatro mil anos)”, conta o botânico Massimo Bovini, em entrevista ao Por dentro da África do Sul. Uma das particularidades do baobá, segundo ele, é o fato de as flores serem polinizadas por morcegos, consumidores vorazes de néctar, e florescerem durante uma única noite! “Elas têm bastante néctar e seus frutos, na época de escassez de comida, servem de alimentação, além de haver indícios para a cura da malaria”.
O Baobá é uma malvácea,as Malváceas possuem um grupo de espécies formadas por árvores enormes com folhas compostas, e de flores e frutos grandes... Mas nem todas têm a particularidade de armazenar milhares de litros de água como o baobá que, de acordo com o seu diâmetro e altura, pode comportar mais de 120 mil litros! Difícil imaginar tanta água dentro do tronco de uma árvore... Está aí então o segredo da longevidade do baobá que se mantém saudável durante as secas africanas! Outra lenda que o botânico nos conta é que a árvore teria sido plantada de cabeça para baixo, pois quando está totalmente sem folhas, causa a impressão que suas raízes tomaram o lugar de seus verdadeiros galhos.
O baobá é considerado morada dos orixás,a passagem deles do plano espiritual para o material é o tronco do baobá.Os baobás são símbolos de resistencia dos povos negros e oprimidos.
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